Não é a toa que muitas empresas se tornaram referência em seus setores por meio do marketing de conteúdo. Além da capacidade de gerar tráfego e converter leads, o conteúdo pode ser o principal motor de crescimento de um negócio se usado para alcançar uma meta desafiadora e ousada.
E nada melhor do que falar com quem já viveu essa realidade! Neste bate-papo de marketing de conteúdo, o time da Content Hackers bateu um papo com Otávio Augusto, do Marketing da GorilaApp, um software de pesquisa de satisfação e NPS. No mês de Maio de 2018, em parceria com cinco grandes empresas, Otávio teve que repetir uma missão difícil mas não impossível: gerar o número de leads do ano anterior em apenas um mês. Então, surgiu a ideia: criar o guia definitivo de Net Promoter Score do Brasil. Os resultados, desafios e experiência adquirida você confere na entrevista abaixo:
Como surgiu a ideia de um material tão completo em português?
Dois meses antes, em março, eu tinha o objetivo de bater a meta de leads do ano em um só mês. Mas logo pensei: de que modo posso fazer isso? Meta é meta – eu preciso cumprir! Antes de nascer a ideia do guia de NPS essa meta desafiadora já havia sido alcançada, mas eu precisava tentar vencê-la novamente no próximo mês. Então, entrei em contato com pessoas e empresas que já passaram por isso. A partir daí, comecei a ter vários artifícios para conseguir bater minha meta de leads. E consegui bater tranquilamente! Isso para você ver como a gente não se desafia quando está na zona de conforto.
Quando a gente começou a empresa, tínhamos a ideia de criar conteúdos pequenos. A gente pensava: “Se a pessoa encontrar um conteúdo grande não vai ler”. Mas para o Google isso não é bom: ele não vai ranquear conteúdos rasos com tanta facilidade. Por isso, a gente tinha um problema na geração de tráfego. De lá para cá, passamos por bastante coisa para chegar até agora e entregar um material legal assim, como estamos fazendo com esse guia.
A equipe de marketing da Gorila é enxuta e mesmo assim investem em produção de conteúdo há bastante tempo. Como funcionou a produção de conteúdo na empresa?
Antes, a GorilaApp estava trabalhando em cinco pessoas: dois desenvolvedores, um vendedor, eu e o CEO. Agora, estamos em três – Lucas (CEO), Diogo (CTO) e eu. Desde sempre fui o responsável pelo marketing de conteúdo, desde o início. Então, tudo o que foi produzido para a empresa sempre passou por mim.
Quando a gente não tinha braços para produzir os materiais de marketing de conteúdo, a gente usava uma técnica: teve um certo período onde a gente fechava parcerias com empresas estrangeiras, escolhia um conteúdo legal, pedia autorização e os traduzia para o Brasil. Depois, publicava e fazia as referências. Isso deu certo por algum tempo, mas descobrimos que também não era nossa pegada. Então a gente quis fazer conteúdo da casa, tudo feito por nós da Gorila e por mim. Tudo seguindo nossas metas de geração de leads e etc.
Quais foram os primeiros passos para iniciar a produção do material?
Logo quando foi iniciado esse projeto, eu levei a ideia pro Lucas e pro Diogo e falei sobre a proposta de criar esse guia definitivo, realmente para ser uma referência e tirar as empresas da zona de conforto. Esse assunto do NPS é o seguinte: tem muito conteúdo que fala sobre, mas poucos deles são “palpáveis”. É uma métrica nova, e tem bastante gente que encontra informações incertas, tenta aplicar na empresa e acaba não gerando resultados. Vendo isso, a gente pensou: vamos fazer um guia completo.
A partir dessa aprovação, o trabalho mesmo foi a parte de estudo para criar o briefing perfeito. Então, a gente teve que estudar: ebooks, podcasts, artigos, vídeos… Foi um negócio bem absurdo. Tive que pegar cerca de 80% das referências de canais estrangeiros, para não repetir os vícios dos conteúdos que estão sendo produzidos aqui no Brasil. O projeto demandou bastante estudo, mas conseguimos entregar bem. Sem contar a responsabilidade! Se a gente vai trazer um conteúdo definitivo de NPS para o Brasil, pera lá: a gente vai impactar muita gente, muita empresa, muito público – temos que trazer algo de valor!
Em quanto tempo esse material foi produzido?
Esse projeto de conteúdo durou cerca de um mês, desde o momento em que surgiu a ideia até ser lançado ao público. Devido à meta desafiadora, a gente teve que acelerar o que podia para entregar o resultado esperado.
Para escrever esse conteúdo, eu levei uma semana – sem contar o levantamento dos materiais de referência. Já a Mariana Klober levou mais sete dias para reestruturar e revisar a dinâmica do conteúdo. Nesse meio tempo, eu já estava entrando em contato com as empresas. O processo foi corrido, mas a repercussão foi muito legal.
Entre planejamento, produção e distribuição, qual foi o maior desafio que você encontrou nessa campanha?
Como foi nosso primeiro co-marketing como host diante de empresas que são cinco, até dez vezes maiores do que a GorilaApp. Empresas como a Rock Content, NeoAssist, Agendor, Conpass e Pipz, que têm muita história no mercado. Não dá pra brincar. Por ser anfitriã, responsável pela integração e pelos dados, não podíamos deixar nada fora do previsto.
Um grande desafio foi realizar o contato com as empresas, criar uma comunicação inicial um rapport. Eu não esperava ser tão difícil. Tanto que acabamos não recebendo resposta de algumas delas. A gente até pensa: “Vamos levar esse conteúdo aqui, vamos falar qual é nossa proposta e esperar um ‘Sim, vamos fazer’”. Não é assim. Temos que deixar um tempo a mais do que a gente acha para fazer a prospecção de empresas parceiras. Sentar na cadeira, pegar o telefone, escrever um email… Para, enfim, passar o real valor do seu conteúdo para que entendam o que você está trazendo. Tem que ser bom para todos os lados, todas as empresas envolvidas. É um bom pontapé inicial já pensar nesse desafio.
Como foi realizar o primeiro contato com as empresas na busca de parceiros para a divulgação do material? Como você chegou até eles?
Eu já tinha uma parceria com a NeoAssist pois já havíamos realizado um co-marketing, e o Lucas tinha uma parceira com o time da Conpass e de outra empresa que não pôde fazer parte do conteúdo. Além disso, somos clientes do Pipz há muito tempo. De início, tínhamos essas quatro empresas já com parceria estabelecida, mas as outras eu realmente tive que ir atrás.
Pedi ajuda para o Ricardo Cestari Jr, do Marketing da NeoAssist, e ele me ajudou muito falando “Se você vai falar com essa empresa, precisa falar com essa pessoa”. Deu algumas dicas para não chegar “errado” ou entrar em contato com outra pessoa. Então, tive esse rapport de outras empresas para entrar em contato com as empresas maiores. Eu já tinha falado com o pessoal da Agendor no início do ano passado propondo um conteúdo, e como esse conteúdo era mais “parrudo” e relevante para ambas as partes, conseguimos firmar essa parceria.
Para realizar o primeiro contato com as empresas você usou um pequeno segredo: um pitch do seu material. De onde surgiu essa ideia?
Logo quando comecei a pensar no conteúdo, a gente sabia que não podia dar brecha de entrar em contato e a empresa não entender nossa proposta. Então, fiz uma apresentação! O Lucas até falou: “Dedica tempo no conteúdo, não na apresentação!”, mas eu falei que a apresentação iria ajudar muito a vencer essa meta desafiadora. Então, realmente eu fiz um pitch: uma apresentação do material para enviar às empresas.
Eu precisava levar isso de uma maneira fácil, só com um link onde todo mundo poderia ver as metas, plano de ação, conteúdo do ebook e cronograma. Isso ajudou, foi muito legal e sanou dúvidas e perguntas que podiam surgir do outro lado. Recomendo fazer a apresentação. Como é um material um pouco maior, isso pode ser muito esclarecedor. Coloquei todas as informações do material, falando do ebook, de toda a proposta de trazer algo grande pro Brasil para gerar o valor e aí sim continuar com os demais tópicos como plano de ação e cronograma.
Depois dessa experiência, o que você recomenda para empresas e redatores que buscam se estabelecer como referência em um assunto específico por meio de conteúdo?
É tudo ação e reação. Você não pode ficar jogando milhões de informações sem serventia na caixa de email. Tem bastante gente que questiona, até quem já trabalha no marketing pelo mundo afora: “Vamos focar em qualidade ou quantidade?”. É qualidade sempre. Conteúdo é rei. Conteúdo não morreu, jamais.
Se o conteúdo não está fazendo diferença na sua empresa, reformula pois ele não está entregando valor para sua empresa. Tem que ser algo que a pessoa leia e pense – isso eu posso gerar resultado, fazer mudanças na minha empresa. Se o conteúdo é assim, vale muito a pena colocar ele na rede.
E aí, o que achou desse compartilhamento de experiências? Aqui na Content Hackers, queremos mostrar exemplos de profissionais que já passaram por dificuldades mas alcançaram seus objetivos de marketing. O Otávio da GorilaApp é apenas um dos entrevistados que vamos trazer aqui no blog.
Quais insights você tirou deste material? Tudo pronto para impulsionar sua própria estratégia de conteúdo? Faça um comentário e contribua para a discussão!